In Philippines 4:8, God advises us: “ Finally, brothers and sisters, whatever is true, whatever is noble, whatever is right, whatever is pure, whatever is lovely, whatever is admirable—if anything is excellent or praiseworthy—think about such things.” Reflecting on the verse above, are we seeking for these values when we are entertaining ourselves? Is the music, movies, concerts, plays, dancing, pictures, sculptures reflecting these values? At this instant, while I am typing these thoughts, there are a spiritual world acting around us. There are angels in my and in your house that are protecting us, however, there is also a text in 1 Peter 5:8 that says: “Be alert and of sober mind. Your enemy the devil prowls around like a roaring lion looking for someone to devour. Often, we underestimate the power that the devil can have over our lives but he can only act out trough legality. Spiritual beings need spiritual doors to walk in and they are governed by spiritual laws. Regardless of our awareness towards these spiritual doors, it won’t change the fact that they do exist. What could be a spiritual door? Art expression can be a spiritual door. All art expression can be considered as spiritual doors.
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
domingo, 13 de outubro de 2024
Cultural War: Art’s Expressions as a Tool
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Futuros Amantes
Eu já gostei muito dessa música, bem verdade. A letra, melodia e toda a semântica dessa composição me encantaram por quase duas décadas. Hoje, norteada por outros princípios, ela já não me apraz como um dia fez. Mas é verdade que a ideia de um amor que não pôde ser vivido possa ser aproveitado algum dia por outro casal, mesmo depois de milênios, me pareça criativa.Foi essa a explicação que o compositor Chico Buarque deu quando perguntado de onde saiu a inspiração para a canção Futuros Amantes:
“Eu tava mexendo no violão, começando a fazer a melodia, e a primeira imagem que apareceu foi exatamente esta: uma cidade submersa, isolada de tudo. Porque, cantarolando, parecia que a música queria dizer isso. Eu tinha que ir atrás da explicação dessa cidade submersa. Aí eu coloquei os escafandristas, e surgiu a história de um amor adiado, um amor que fica para sempre. Essa idéia do amor como algo que pode ser aproveitado mais tarde, que não se desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios, e aquele amor ficará até debaixo d’água. Um amor que vai ser usado por outras pessoas, um amor que não foi utilizado porque não foi correspondido, e então ele fica ímpar, pairando… Esperando que alguém o apanhe e complete a sua função de amor.”
Eis: 🎵
Futuros Amantes
Chico Buarque
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios no ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você
sexta-feira, 3 de maio de 2024
quarta-feira, 15 de junho de 2022
Le temps
Faz algum tempo que cheguei
Tanto que passou
que passei
Tanto pensei
Corri contra o tempo
E entre um ponteiro e outro
perdi
caí
sorri
penei
ganhei
me ergui
Há algum tempo, o tempo passou por mim
Me contou coisas
Desvendou outras
Me ensinou muitas
Desaprendi tantas
Há tempo que cheguei
Por muito, estive
parti
Já não estou
O tempo moldou
Pouco restou
Quase tudo mudou
morri
E somente agora
eu sou.
Obrigada Jesus!
Ps. Um “clic” do homem que me amava ontem e me ama hoje.
segunda-feira, 6 de junho de 2022
entreLinhas
O pescador acorda antes do sol e, com o corpo cansado e alma disposta, apanha seu saco de pescaria e segue para o caminho do mar. Com passos firmes e despretensiosos, assiste ao céu anunciar a transição das estrelas para os primeiros raios da manhã.
E então, uma aquarela surge em meio ao nevoeiro matinal: tons de lilás começam a escorrer no azul noturno e, de repente, rabiscos rosados vão cortando o horizonte. Um cenário cheio de imagens que só Caymmi sabe cantar.
Depois de muito caminhar, ele chega em seu lugar sagrado. Ouve gaivotas e a dança da corrente marinha ba
ten
do nas pedras.
Escuta grilos e vento derrubando folhas.
Há cheiro de maresia se entrosando com algumas ervas daninhas.
Há cantos de bem-🎼 te- vis e papa-🎼capins.
Gaivotas desfilando sob o mar.
Encantos de sereias ecoando na maré cheia.
Um verdadeiro ensaio orquestral.
Mas o que ouve o pescador além das vozes que o cerca?
Atento, lança sua vara ao mar.
Paciente, ele espera.
Entre suspiros e arremessos, há pausas silenciosas daquelas que pertencem somente aos que se dedicam a arte de saber esperar.
Mas há também barulhos internos e alguns monólogos que, quem sabe, o mar compreenda.
O objetivo é o peixe ou a pescaria?
De repente, ele vê um borbulho na superfície espelhada n’água, a vara começa a inclinar, o olhar está atento e as mãos ágeis estão prontas para o primeiro fisgar da manhã.
O que agarrou o seu anzol?
O pescador posiciona o corpo e manobra a vara com rapidez. Algo parece ter fisgado a sua isca. Uma luta se inicia. Ele inclina o corpo para trás e o que quer que tenha agarrado o seu anzol, reluta. Quem sabe o maior de todos os peixes que ele tenha pescado. Talvez seja essa a maior vaidade do pescador: pescar o maior ou ainda, o mais raro peixe do oceano.
A luta sessa e, cuidadosamente, ele se aproxima da superfície. Lentamente, a maré se acalma e o pescador olha fixamente para o mar e se depara com algo grandioso:
A própria imagem refletida na superfície da água parada.
O sal do mar é o mesmo que escorre em seu rosto, pescador?
Qual bússola te guia quando perdes a noção de espaço?
Para onde o seu olhar cansado caminha quando os céus já não te explicam os mistérios do tempo?
Em que porto você ancora a sua alma ao final de cada dia?
Uma criatura cintilante de cauda gigantesca avermelhada e nadadeiras de cor púrpura, salta sob os olhos do pescador rasgando o mar entre os raios de sol. Então, a sua imagem espelhada se fragmenta entre a maré. Surpreso, ele começa a vislumbrar o show diante de seus olhos:
Uma espécie rara saltando de dentro de sua alma.
Na moringa, leva pra casa o resultado de sua pescaria: perguntas, recordações, sonhos, um tanto de dores, amores naufragados, a inalcançável busca do homem pelo menino e uma certeza:
o gosto da vida não está nos resultados mas na preparação.
(Junho, 2022)
Dedico ao meu amigo Matheus. O único pescador que conheço.