terça-feira, 14 de outubro de 2025

Seriam 66



                           “ Oh, pedaço de mim

Oh, metade amputada de mim

Leva o que há de ti

Que a saudade dói latejada

É assim como uma fisgada

No membro que já perdi “





(…) often, my flesh desires that it should happened to me instead. It’s quite scary. Then, I realize how selfish this is and, suddenly, I remember how hard was his fight to be here and my egocentric thought gains a sense of courage.

 Oh, how I miss you my Soldier! Thinking of hugging you in heaven has been my favorite thought lately. I miss your smile and your laugh. I miss “that” type of conversations that only me and you had. I bet music in heaven is incredibly better than your favorites melodies in earth. 

Lord: thank you for the blessing of having him as my earthly father. Thank you for all these lessons in the midst of this pain, sorrow and tribulations. Your plans and will are perfect and I love  you with all my heart and soul. 

sábado, 27 de setembro de 2025

Eu entendi

 Eu tive a oportunidade de entender quem você era de verdade antes de sua partida. Há muito tempo eu já entendia. 

Deus é tão bom comigo, pai… 

Eu nem mereço.


sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Carta de Mary para Christopher Love


Christopher Love, um jovem, brilhante pregador Puritano, nasceu em Cardiff, país de Gales em 1618 e morreu decapitado em 22 de agosto de 1651, na Torre de Londres. Foi convertido quando tinha 15 anos de idade, contra a vontade do seu pai, mas sustentado pelo ministério de sua mãe. Ele casou-se com Mary Stone e tiveram 5 filhos, duas meninas que faleceram muito cedo e 3 meninos, o último nasceu uma semana após a morte de Love.
Mary e Christopher Love refletiram a glória de Deus um ao outro, e seu casamento continua sendo um foral apontando o que Deus pretende para o lar cristão. Foram um abrigo de graça um para o outro mesmo nas mais horrendas circunstâncias. Poucos dias antes da morte dele, sua esposa, Mary, escreveu o seguinte para o seu esposo:

Antes de eu escrever qualquer outra palavra, peço que você não pense que é sua esposa, e sim uma pessoa amiga que lhe escreve. Espero que já tenha livremente rendido a esposa e os filhos ao Deus que disse em Jeremias 49:11: “Deixa os teus órfãos, e eu os guardarei em vida; e a tua viúva confie em mim”. Seu Criador será meu esposo, e um pai para seus filhos. Oh, que o Senhor o guarde de ter um só pensamento atribulado por sua família. Você, eu desejo renunciar às mãos de seu Pai, e não ver só como coroa de glória você morrer por Cristo, mas como honra para mim, por ter um esposo para deixar por Cristo. 

Não ouso lhe falar, nem ter um só pensamento dentro de meu coração sobre minha perda indizível, mas sim conservar meus olhos fixos no ganho inexprimível e inconcebível. Você só deixa uma esposa pecadora, mortal para ser casada eternamente com o Senhor da glória. Você deixa apenas crianças, irmãos e irmãs para ir ao Senhor Jesus, seu irmão mais velho. Você deixa amigos na terra para ir desfrutar o prazer de santos e anjos, e os espíritos de homens justos já tornados perfeitos na glória. Você só deixa a terra pelo céu e troca uma prisão por um palácio. E se afetos naturais começarem a surgir, espero que o espírito da graça que está em você os abafe, sabendo que todas as coisas aqui em baixo são apenas esterco e escória em comparação com aquelas coisas que há lá em cima. Sei que você conserva os olhos fixos na esperança da glória, que faz seus pés esmagarem as perdas da terra.

Querido, eu sei que Deus não só preparou glória para você, e você para ela, mas estou persuadida de que Ele adoçará o caminho para chegar ao gozo dela. Quando estiver se vestindo naquela manhã, oh, pense: “Estou agora colocando minhas vestes nupciais para ir me casar eternamente com o meu Redentor...”.

Meu querido, com o que escrevo para você, eu não procuro por esse meio ensinar-lhe; porque essas consolações eu recebi do Senhor por seu intermédio. Não vou esquecer mais, nem incomodá-lo mais, mas entregue-se aos braços de Deus com quem, dentre em pouco, estaremos com você e eu.

Adeus, querido. Nunca mais verei a sua face até que ambos contemplemos o rosto do Senhor Jesus naquele grande dia.

Extraído do Jornal Os Puritanos pelo Rev. José Marcos O Silva

domingo, 27 de julho de 2025

Assim na Terra como no Céu

 The tragedies of life is not the end but the beginning of something greater. Our physical  eyes can see suffering and pain alone but the eyes that are opened by Him can see beyond and even suffering, the eyes of those who placed their faith in Christ are able and destined to transcend the circumstances of this life. 

Que bom que o senhor o conheceu, pai. 
Que alívio saber que você sorrir agora. 

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Recomeços


        Temos uma murta de crepe do lado de fora da janela de nosso quarto. Essa é a mesma árvore em estações distintas. Esse arbusto que tanto aprecio tem ilustrado acontecimentos em minha vida nos últimos 7 meses. Essa planta tão dinâmica tem mostrado como Deus é misericordioso e perfeito na execução dos planos d’Ele em nossas vidas.

      Eu tenho um hábito antigo de recolher-me no   inverno, fico para pouquíssimos, é um costume natural. Não tem a ver com ânimo, mas com modos. Eu continuo vivendo tudo igual mas de forma diferente. Há muitos anos eu percebo que, assim como alguns animais e plantas, eu tenho uma vontade involuntária de ouvir mais e falar menos, de ler mais, de criar, de parar e me demorar observando coisas que, em outros momentos, não coloco tanta atenção. 

    Coisas simples como olhar folhas caindo das árvores, o sol nascendo, a noite chegando, o barulho dos animais lá fora… a introspecção, de fato, toma conta de mim como um animal em pleno processo de hibernação e eu fui aprendendo ao longo dos anos a viver no ritmo invernal que me envolve nessa época.

         No meio do inverno, em um dos meus silêncios, perdi de forma inesperada, o meu pai, o primeiro homem mais importante da minha vida. E, de repente, um inverno começou dentro de outro inverno, os dias que eram curtos pareciam não terminar, o céu tão cinzento mais parecia um pântano esfumaçado, os galhos secos das árvores contradiziam os olhos que derramavam lágrimas incessantes e o frio quase não se sentia comparado a dor. Quantas e por tantas vezes não sentei-me olhando para essa árvore e, em orações, agradeci a Deus ainda com a alma embebida de dor? 

        Depois das folhas outonais, veio o inverno e, em seguida, a primavera. Pouco a pouco os galhos secos da murta crepe começaram a encher de pequenos pontinhos brancos… era o prenúncio da chegada das flores! E, então, a árvore antes seca, foi enchendo seus ramos de folhas e flores. Chega o verão, os ramos parecem mais firmes e viris, as folhas verdes são vibrantes e bem definidas, uma explosão de vida diante dos meus olhos.  

         Meu pai se foi. A murta de crepe me lembra que toda natureza proclama a glória de Deus e que nada foge dos seus planos, que tudo tem lugar e hora. Como é bom descansar no Senhor mesmo quando sorrimos no inverno e choramos na primavera. Que bom poder recordar, enquanto olhamos flores em um arbusto, que a vida segue e que temos um pastor: Jesus, âncora da minha vida! 


     

                        

                       


                                               


                                      

                

sábado, 26 de abril de 2025

Geografia da Saudade

 Parece antagônico sentir saudade de alguém que vivia tão distante… mas não é. Não mesmo! Você dizia que eu era mais presente do que muitos que estavam por perto e eu te entendia. Eu te dizia que você era mais próximo do que muitos que estavam em volta e você me compreendia. A verdade, pai, é que você sempre esteve presente em mim. O meu gosto por conhecer lugares, histórias, música, pessoas e tantos outros interesses nesta vida veem de você. Tudo quanto meus olhos pousam me lembra você, sempre foi assim. Eu enchia sua memória de celular de imagens e narrativas esperando seus comentários sobre o velhinho cortando grama no final da tarde, os carros antigos nas ruas nos finais de semana, a molecada vendendo limonada no verão, o barulho da neve matinal, o prédio com ares do Velho Oeste, seu neto brincando de Rocky Balboa, o gospel da harpa cristã na rádio, as sinfonias natalinas nas igrejas, o cheiro do pão no mercado que o senhor gostava tanto, o ônibus escolar amarelo que você tinha fascínio… são tantas experiências sensoriais que me levam à você, são tantas memórias que se agigantam em mim agora que o senhor se foi… 
Você continua presente, mais ainda do que quando vivíamos distantes. E isso não é antagônico. Não mesmo. Deus sabe que não e Ele sabe o quanto te amo e o quanto te entendi.