sábado, 3 de dezembro de 2011

Luneta 47 - O oposto da fala


A fumaça do cigarro jogada pela boca trêmula e o rosto figurando choro entregam a atmosfera do momento. A noite está fria e o céu escuro entorpece o quase silêncio da madrugada. As mãos passam inúmeras vezes sobre a cabeça e o contínuo caminhar de um lado ao outro da sacada explicitam ainda mais a ruptura da paz costumeira na vida daquele casal. 
Ele entra apontando o dedo no rosto dela. A voz alterada parece ensurdece-la. Ela o empurra, escarra mil e uma palavras e vira as costas. Estão discutindo sem controle. As falas não são interrompidas pela escuta de um deles um minuto sequer. São duas vozes que ecoam da sacada do trigésimo nono andar do ND, são duas vozes contaminadas pelas substâncias da 
ira e do ego. 
Nesse momento, as expressões faciais falam de tristeza e desgosto. Expelem ódio pelos poros, engolem lágrimas. Braços protestam conturbados e mãos poderiam mesmo estrangular. 
Agora, parece que ela está indo para o quarto. Fazer as malas, talvez? Jogar todas as roupas dele pela janela? Pegar uma arma? Está desesperada, não sabe o que fazer. Ele permanece na sacada. Está sentado, olha para os lados e  chacoalha as pernas freneticamente. Levanta e tira algo do bolso. Vai para o quarto. A cortina entre a sacada e quarto permite apenas uma visão parcial de ambos. Com um movimento brusco, atira um papel sobre os pés dela e seguem discutindo.  Ela acende outro cigarro e volta para a sacada, debruça parte do corpo na mureta e fica alí deixando o sangue quente descer para o rosto e o vento frio passear pelas costas. Pouco provável que pule. A linguagem do corpo diz o contrário. Parece relaxado, pendente no ar. Talvez ela esteja retomando fôlego para quem sabe assim, acalmar. 
De repente, a cortina se abre e ele reaparece. Desacelera o passo e fica alguns segundos ali parado, vendo aquela imagem. Uma figura debruçada no sereno do escuro, o contorno do corpo quase perdido numa neblina leitosa, completamente entregue a noite e a ira. Uma figura exalando cheiros e sentimentos. 
Ele se aproxima e como  por impulso, puxa a mulher pelo braço, encosta bem o corpo no dela e com olhos ainda molhados um beijo é arrancado. Um beijo motivado pela raiva ou talvez pela profusão dos sentimentos. Um beijo que diz que às vezes o oposto da fala não é o silêncio. Um beijo para contrariar a ideia cristalizada do divã: "é conversando que se entende."
Um beijo infinitamente faminto. 
Agora, as cortinas estão fechadas e a noite já não está  tão fria.


Google Image

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Bolinho de bacalhau

Arrisquei brincar um dia desses de fazer bolinho de bacalhau ou pastel de bacalhau como dizem em Portugal.
Aprendi a fazer bolinho de bacalhau com um portuga apoixonado por esse prato e que sabe todos os truques de ponto da massa, fritura e sabor desse aperitivo.
Encontrei esse video  para complementar a receita mas o passo a passo é o mesmo.

Foi assim:

Usei 400g de bacalhau dessalgado e desfiado.                                                                
Deixei de molho na agua de um dia para o outro e depois    de desfiado,     escorri bem.    1






                         
200g de batata cozida e espremida. 
As batatas foram cozidas sem sal e  com casca para evitar absorção de agua.              2                                                                                                                                                   






                                                                                                                 

Misturei a batata, o bacalhau, 1 gema, 1 cebola branca picada, salsa e uma clara batida em ponto de neve.                               3                                                       



Modelei os bolinhos e fritei em óleo de coco. A temperatura e quantidade de óleo aparecem no video indicado acima.    


Tenho lido algo sobre os beneficios do óleo de coco  e apesar de quase nunca fazer fritura, eu preferi pesquisar um possivel oleo mais saudavel para usar na cozinha (para variar o extra virgem de oliva):











segunda-feira, 28 de novembro de 2011

D@s talentos@s com...




Filipe Metal: O Bárbaro