sexta-feira, 25 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
O peido da vagina
Noite de verão escaldante. Um cardume colorido e purpurinado de mulher desembesta a tagarelar sem respirar. Assuntos vários. A cerveja e o rum com coca e gelo rodam a mesa freneticamente quando...
- ahhh, fulana... uma pergunta!
- Diga!
- Sua vagina já fez uns barulhinhos esquisitos na hora H?
- Você está me perguntando se minha vagina já peidou nahorinha.
(Gargalhadas)
- Isso! Sim, sim, isso mesmo, peido de vagina.
- Já. Já sim. Por quê ?
- Ai, menina! Porque quando acontece comigo, eu morro de vergonha, não sei onde enfiar a cara. Um dia eu estava...
-Perae! Meninas: quando vocês estão nahorinha e a vagina peida, sentem vergonha, é?
Nesta hora, muitas gargalhadas.
Pausa para a reflexão (...)
Ué! (alguém ainda fala "ué"!?) Eu penso que esse é um assunto que pode ser conversado sem constragimentos. Sem que ninguém se sinta um peixe fora do cardume. A questão é que 80% da mulherada na roda disse SIM. Sentem vergonha quando a dita peida.
Antes de tudo, os flatos vaginais ou peidos, como eu me refiro, são gases expulsos pela vagina fazendo os lábios (os da dita) vibrarem. Certo? Okay! Não possuem odor, a não ser que a mulher esteja com algum corrimento patológico e, o barulho se parece aos dos gases fétidos porque a vagina não tem o músculo circular que contrai e retrai conforme a vontade do indivíduo. É por esse motivo que a mulher não controla a saída de ar pela vagina. Geralmente, posições em que o pênis pode sair constantemente (tá! Aquele vai e vem tooooodo) causam mais frequentemente os flatos como, por exemplo, a posição de quatro e a que a mulher fica por cima do homem ou da mulher (mulher por cima de mulher e homem de homem, sim. Aqui todo o mundo cabe).
Então tá! A parte marromeno biológica está explicada. Agora a tagarelagem:
Penso que a mulher pode sentir vergonha numa hora como essas por vários motivos. Às vezes pode faltar intimidade com o parceiro/a ou com o corpo dela/e mesmo. Outras vezes pode ser inexperiência pela propria surpresa do acontecimento e, em outras tantas, a falta de malandragem do parceiro.
Para!
Entende-se por falta de malandragem do parceiro neste contexto: o cara que já sabe o que é o peido da vagina e mesmo sabendo do beabá todo, ao ouvi-lo pela derradeira vez ele para a transa, arregala o olho como se estivesse vendo/ouvindo um E.T. e diz: Ooooops!
Despara!
Ohh, meu amigo... 'Ooops'? Isso é lá motivo para parar a coisa? E isso é lá coisa que se diga numa hora dessas?
E o que o malandro faz? O malandro continua! Se for o chefe dos malandros então... ele ainda faz uma gracinha nahorinha pra te fazer rir e gozar ao mesmo tempo.
Caso tenham se calado no momento e você comente depois, ele vai te fazer rir disso, principalmente se tiverem uma intimidade gostosa. Não se espante se o malandro disser em seu ouvido que nem Mozart faria aquilo. Não é ofensivo. É praticamente um elogio, um jeito de te ver rir. Ele deve gostar muito de te ver sorrindo.
Mas se de todas as maneiras, seu parceiro é um malandro e você continua envergonhada, então acho que quem deve se tornar malandra é você.
Entenda que o peido da vagina é natural, faz parte do contexto e, se os dois souberem aproveitar, pode ser muito engraçado, nunca constrangedor. Quando acontecer, ria da situação e/ou continue o que estava fazendo. Mostre ao malandro ou ao não-malandro que você sabe sê-lo. Compreenda que quando você peida (o fétido), esse peido é seu, você é a responsável por esse mas quando a sua vagina peida, esse é um peido à dois. Pois então... peidem, riam e sejam felizes, oras!
Considerações: "Flatos vaginais: gases vaginais, ou ainda garrulitas vulvae (do grego garrulitas: gorjeio, loquacidade, tagarelice" --------------------> Perae, como assim? A dita tagarela tb? (:
Fonte: Montgomery, Malcolm, Ediouro, Mulher - Uma radiografia, São Paulo: 2005.
terça-feira, 22 de março de 2011
Intimação a Cartografia
O amor é vermelho e livre de fronteiras, ma cherie.
Tem cheiro de perfume preferido e frutas do outono explodindo sementes em december.
Não carece de passaportes e vistos, sobrevive à saudade.
O amor tem carta verde, mi amor.
Atravessa o La Manche como um falcão sem freios que sedento, conta os minutos para beber o primeiro gole.
Escala o Everest, a Teotihuacan e a Eifeel em busca de atar o olhar que se foi com o outro que ficou.
E continua vermelho e nu. Inteiro.
Viaja nove horas de um ponto a outro, cruza a Alemanha, pega o trem para Madrid, atravessa o Nilo, morre de sede no Atacama e faz promessa para Padim Cicero. Sem GPS. Somente para fazer escala na boca sonhada.
Somente uma escala.
O amor espera contando dias no calendário, my liefdde.
Telefona para ouvir o bocejo costumeiro, o barulhinho de riso faceiro, um meio sussurro, um espirro repentino.Tuita, manda torpedo e depoimento romântico by orkut. Liga webcam e envia beijos, cartas, cartões e postais pelos correios.
O amor atravessa o mundo, Ana.
E não há ciência que explique, Marne.
Sem fronteiras.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Feijoada completa, Chico e o Tropeiro do homi
É, Chico... mas este Domingo, quem fez o Tropeiro aqui foi o homi. rs
Mulher, você vai gostar:
Tô levando uns amigos pra conversar.
Eles vão com uma fome
Que nem me contem;
Eles vão com uma sede de anteontem.
Salta a cerveja estupidamente
Gelada pr'um batalhão
E vamos botar água no feijão.
Mulher, não vá se afobar;
Não tem que pôr a mesa, nem dá lugar.
Ponha os pratos no chão e o chão tá posto
E prepare as lingüiças pro tiragosto.
Uca, açúcar, cumbuca de gelo, limão
E vamos botar água no feijão.
Mulher, você vai fritar
Um montão de torresmo pra acompanhar:
Arroz branco, farofa e a malagueta;
A laranja-bahia ou da seleta.
Joga o paio, carne seca,
Toucinho no caldeirão
E vamos botar água no feijão.
Mulher, depois de salgar
Faça um bom refogado,
Que é pra engrossar.
Aproveite a gordura da frigideira
Pra melhor temperar a couve mineira.
Diz que tá dura, pendura
A fatura no nosso irmão
E vamos botar água no feijão.
(Feijoada completa - Chico Buarque de Holanda)
Pressupostos. Estereótipos.
- Maestra, ¿entonces sabes sambar, han?
- No. No lo sé.
- No te creeeeeeeo. ¿Una brasileña que no sabe sambar?
- Pues si... una brasileña que no sabe sambar.
Duas horas depois:
- Fulano, ¿eres dominicano, verdad?
- No, soy cubano.
- ¡Oye, qué bien! me encanta Juan Carlos Formell.
- Y ese, quién es?
- No te creeeeeeeo. Un cubano que no sabe quien es Juan Carlos Formell?
- ahhhhhhhh teacher, ahora tu me sales con eso?
(Risos)
- Un día quien sabe hablaremos sobre estereotipos.
(...)
domingo, 20 de março de 2011
Casadinho de laranja com limão
Não aguento mais tomar aquele suco de laranja com gosto de xarope do IHOP.
E porque eu, sem vergonha, não faço o meu? Preguiça, pura preguiça. Mas hoje não me animei somente a fazer suco de laranja mas a casa-lo com Seu Siciliano também.
Ingredientes
10 laranjas cortadas em pedaços com casca (sem caroço e a parte branca de dentro)
5 limões sicilianos " " " "
6 colheres de sopa bem cheias de mel
1 xícara de agua e outra de gelo
Foi assim:
Bati tudo no liquidificador no modo pulse com uma xícara de agua. Tirei o bagaço na peneira, acrescentei o mel, o gelo e bati novamente.
Pronto!
iOJO! Se esquecer de tirar uma semente, amarga tudo e se deixar de um dia para o outro tambem.
Foi o experimento que disse!
Agora ca pra nois, olhando o bagaço, fico pensando o que Zeca e Arlindo querem dizer nessa estrofe do pagode:
Me disseram que no céu
A mulher do anjo é anja
Eu falei pra você
Sobrou pra mim
O bagaço da laranja
Sobrou pra mim
O bagaço da laranja
Raiai!
Do que aprendo ensinando
Dia de expectativa. Um trabalho voluntário. Muita responsabilidade.
Como instigar em jovens a vontade de aprender a ler e escrever em sua Língua Materna em um pais de Língua Estrangeira?
Depois do convite para o trabalho, a cabeça ficou matutando durante dias e dias. Meses. Elabora atividades, faz leituras, rascunha, pergunta, rabisca, risca, telefona, compra livros, troca ideias com colegas e reflete.
Todas as atividades estavam prontas para o primeiro dia. A ansiedade era grande, parecia a primeira vez que entraria numa sala de aula como professora e eis que um dia antes deste primeiro, ela muda o roteiro.
Nada de conceitos. Nada de regras. Nada de averiguação de conhecimento especifico.
I'm so sorry, coordenação pedagógica mas eu ainda troco a pratica educacional chata, retrograda e brochante por uma que estimule o encantamento e curiosidade.
E começamos assim de um jeito simples e leve. Sutil. Sem cobranças e regras.
Abri minha caixa imaginaria e soltei os personagens da estoria El pintor de Recuerdos de Jose Antonio del Cañizo. iQue libro hermoso!
Enquanto os personagens em mim carregavam o livro na mão, eu observava os olhares que também me ensinavam a ler historias através dos olhos entusiasmados e curiosos. Eu já não era uma professora na sala com uma caixa de personagens e contos, eu era uma aprendiz. Aprendendo ao passo que ensinava.
Que dia bom!
"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
não começaria com partituras, notas e pautas.
Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
sobre os instrumentos que fazem a música.
Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas
para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
(Rubem Alves - “Quarto de Badulaques” - Cronica publicada no Correio Popular 17/04/2005 )
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