Arrumar armário é coisa que gosto. O que me motiva não é o pressuposto. Não, o armário não está desorganizado entretanto, precisa ser bagunçado. Explico.
As roupas de frio, as malhas, roupas intimas, as camisas, vestidos, saias, jeans, sapatos, lenços e bolsas estão no lugar que foram cuidadosamente postos e repostos após cada uso e lavada. Estão todos no lugar de sempre. E é aqui no "sempre" que a minha necessidade de bagunça começa.
Pensando melhor, a blusa de lã não precisa mais combinar com as botas. Talvez o vestido azul de algodão não tenha que ser usado com aquela bolsa de couro como aquela vendedora recomendou. Posso transformar aquele colar em cinto e tingir aquela saia. Retirando as cestas de meias desse cômodo, encontro aquele short que ninguém mais usa mas que eu adoro. O vestido de paetê nem me agrada tanto. Hora de me desfazer dele. Acho uma nova utilidade para aquela calça laranja. No meio da bagunça, descubro um novo cantinho para arrumar minhas camisetas favoritas. No lugar dos cintos, resolvo organizar minhas caixinhas de bijuterias. Cabem melhor.
E assim vou desarrumando o arrumado, encontrando alternativas, descobrindo novas peças, excluindo outras e criando novos espaços para as futuras.
Às vezes a vida nos exige essa desarrumação também. É preciso mexer no arrumadinho, tirar tudo do armário e mexer naquilo que foi o de sempre. É preciso fazer bagunça nas ideias engavetadas e repensar no argumento dado 'aquela velha necessidade, desencaixotar aquele desejo antigo e sempre adiado para o futuro que não chega. É necessaário se desfazer daquele modelo o qual você nunca coube, ser receptivo para a nova alternativa que se apresenta e reencontrar aquela pessoa que você nunca havia experimentado. Afinal, Things Change. Titulo de uma ótima comédia. Recomendo.
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Um comentário:
Faço isso várias vezes por ano. Adoro também, mas principalmente e sobretudo me livrar do que não quero mais. Pra mim é uma terapia o ato de "não guardar", "não acumular". É incrível como uma boa organização, limpeza o closet nos ajuda a ver novas perspectivas pra coisas que estavam lá "sentadas" há tempos e nem usávamos mais. Beijo
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