quarta-feira, 7 de novembro de 2012

politicus* - Velhos fantasmas


Há pouco menos de um mês a minha cidade natal elegia o candidato ao cargo de prefeito, o veterano já "conhecido" pelo povo, Jabes Ribeiro. Antes de tentar coçar ideias através desse breve desabafo, apresento um dos capítulos da história de Ilhéus. 

"Princesinha do Sul" como é chamada por muitos, Ilhéos para os primeiros portugueses, Nhoe-Kome pelos tupiniquins ou Ilhéus, como é nacionalmente conhecida, tem cerca de 184 mil habitantes com uma economia baseada na agricultura, turismo e industrias.

Foi cenário de alguns romances de Jorge Amado, uma das razões pela qual atraiu milhares de turistas de vários cantos do mundo, além  de possuir uma vasta extensão litoral considerada a maior de todo estado baiano. É assim nomeada por conta das ilhotas existentes no leste da região. 

 Já foi responsável pelo título de primeiro produtor de cacau do mundo e, por conta disso,  viveu o seu momento de glória.  Era no porto estrategicamente construido entre o mar, o rio e os montes que as embarcações dos fardos de cacau eram feitas para Salvador e de lá para o mundo.

Ao mesmo momento que vivia o seu apogeu, Ilhéus também sofreu com o coronelismo, forma de abuso de poder onde a "troca de favores" entre os poderes público e o privado garantia a riqueza de seus detentores.  

Ali, os faraós eram aqueles que possuíam os maiores lotes de terra de cacau, os que orgulhosamente enriqueciam a custo de muita mão-de-obra escrava,  os únicos pertencentes da elite tradicional ilheense, aqueles que esbanjavam banquetes e que, através de muita manipulação, obrigavam seus "escravos" a votarem em seus candidatos conseguindo assim  pomposos números de votos. 

O tempo passou, a vassoura de bruxa levou a "alumiação" do "ouro" e eu sempre ouvi dizer que o povo não tem memória e deixe-me dizer cá uma coisa, deixe: não tem! Nós não temos memória. Em minha cidade natal, o voto de cabresto continua. Vestindo outras capas e usando outras máscaras mas continua.

Continuamos votando e sendo comandados por fantasmas. O ranço do coronelismo ainda paira por essas bandas através dos que ainda oferecem cestas básicas, dos que nos conduzem sorrateiramente através de seus discursos sedutores e nós, famintos de conhecimento, de reflexão cautelosa, de ideias e ideais, de pão e de memória, nós vendemos nossas cabeças a preço de banana. 

Nos vendemos a preço de uma micareta, de um cargo em um tal setor, de uma promoção ou de um palanque cheio de bundas rebolantes. É a velha historinha do Pão e Circo se repetindo. Avé César! E assim vamos  seguindo: regredindo, comendo e nos distraindo, nos vendendo e esquecendo. Nos deixando seduzir por um discurso enganoso com essa tendência cretina que temos de nos corromper por esmola e essa outra tendência triste a de acreditarmos em promessas filhas da puta, essas propostas indecentes que aceitamos pensando somente em nosso próprio umbigo e ignorando o comprometimento coletivo. Eu disse, isso é um desabafo. 

Voltando ao assunto sobre a eleição do prefeito de Ilhéus, eu era criança mas lembro de algo. Lembro pelo menos de três promessas que ele fez para o bairro onde passei toda a minha infância e parte de minha juventude: calçamento em todas as ruas, reforma da escola o qual leva o nome dele, fruto de um projeto do seu antigo mandato e a criação de duas novas praças de lazer. 
Depois de quase 18 anos, seguimos sem calçamento apropriado nas ruas, a reforma na escola não foi feita nesse período e continuamos com uma coisa na entrada principal do bairro que pouco lembra uma praça.

Papeando por aí, ouvi a opinião de alguns conterrâneos sobre a eleição do novo prefeito, entres eles, a de alguns professores que se posicionaram como satisfeitos em relação ao novo líder argumentando que ele, em seus últimos mandatos, pelo menos administrou bem o pagamento de salário de forma que não houve atraso  dos mesmos. Perguntas que faço: administrar eficientemente o pagamento do salário de um trabalhador  é um favor? É razão suficiente para dar-se por satisfeito por uma eleição? Diante desse aspecto, qual é a situação de outros grupos, do povo em geral e da cidade? Interessa-me somente o meu salário, o dos meus colegas, o meu umbigo?

Confesso que desanimei ao ouvir de um servidor público esse tipo de comentário, há os que ainda lembram da quantidade de precatórios que existe do período Jabes Ribeiro por conta do não cumprimento de pagamento de salário em sua última administração. Supostamente, um professor deveria ter uma maior capacidade de análise afinal, comprometer-se com a educação significa também comprometer-se com a sociedade como o todo.

Jabes Ribeiro é também conhecido por ser um grande articulador político, por saber como planejar projetos e buscar recursos, contudo, os que são executados, ficam pela metade e outros abandonados. São quase doze anos de Jabes no poder e há os que ainda tem memória. O problema é que estamos cansados de termos somente grandes articuladores, esses velhos fantasmas. 




Indicações que tangem de alguma forma alguns aspectos do meu desabafo:
O Grande Ditador, 1940. CHAPLIN, Charlie (filme)  http://www.youtube.com/watch?v=LfbTYhX6Dqs
Tristeza do Jeca, 1961.  MAZZAROPI, Amácio (filme) http://www.youtube.com/watch?v=ZGbqL_BkRYs
Ganhei coragem, 2002. ALVES, Rubem (crônica) http://www.rubemalves.com.br/ganheicoragem.htm

* Política em latim 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O novo de novo.

As lágrimas sem motivação aparente sempre anunciaram o fim e o começo de algo em minha vida.
Eu estou pronta!



Google Image

terça-feira, 19 de junho de 2012

Voo a dois - Luneta 25


Uma escala, um cancelamento de voo, um telefonema e o coração na boca.
Ela estava por perto. Que sorte! Atendeu o celular e verificou o trânsito no noticiário. Não estava caótico como de costume então o convite para um café estava aceito.
Café e papo gostoso embora o barulho da multidão, típico de aeroportos, estivesse incomodando. A empresa aérea já tinha reservado a hospedagem, mas ele terminou aceitando o convite de virar a noite ouvindo o ensaio de uma banda numa garagem com alguns amigos e de jogar conversa fora com a velha amiga que não via há anos.
Depois de depositar a mala num quarto e de um banho quente, ele se oferece para fazer um café. Era fim de tarde e o dia quase frio pedia mesmo um segundo. Desta vez, um misterioso cheio de sabores. O chocolate amargo derretia no fundo da xícara se fundindo a gosto do café e a menta roçava no céu da boca. Artes dele na cozinha. O aparelho empoeirado tocava baixinho ABBA e conversa e risos se desprendiam descontraidamente.
Os anos que trabalharam juntos na fábrica trazem agora boas recordações e ele sempre soube fazê-la rir desse jeito franco e entregue.Enquanto ele falava do cotidiano, ela vagava tomada por lembranças de  outros tempos. Rapidamente, desviou o olhar desconsertado cruzando a perna e prendendo o cabelo.
Eles estavam distraídos num papo sobre haikai e os garotos estavam quase prontos na garagem. Antes, a banda precisava afinar alguns instrumentos e então, eles seriam atraídos pelo som da bateria ensurdecedora. Permaneceram sentados no sofá e o papo agradável continuou, mas eram os olhares que revelavam o que o senso negava.
Fora do seu habitat, ele ainda demonstrava discreto desconforto e insegurança através da postura tensa na beira do sofá e de gestos interrompidos. Ardente e ávida ela soube esperar sabiamente. Quando ele,  finalmente, relaxou as costas numa das almofadas ela foi até a cozinha e voltou para sentar ao lado dele oferecendo-o um copo d´água. Água que não foi bebida e que nada podia apagar.
Certos das consequências daquela aproximação, ambos começaram a se entregar.
Carícias, olhares e risos cúmplices desfeitos por abraços envolventes. Ela ainda negava seus lábios excitando-o mais e mais para que, insanamente, os dois se perdessem após terem se encontrado depois de tantos anos. 
Quando o baterista encontrou seu ritmo na garagem,  ela notou que seu corpo quente e pequeno já se encontrava descompassadamente trêmolo contra a parede fria do corredor. O rastro de roupas desapareceu dos corpos e agora a noite estava ali, inteiramente despida. 
Um beijo foi roubado, ofegante, o mais bonito e torturador. Beijou outra vez, cheirou e abraçou enquanto era arrastada pelos quatro cantos. As mãos grandes guiavam o rosto dela até os olhos dele e, com acidez a direita estapeou uma das faces. O mundo parou. Um abraço seguido de choro foi dado e palavras escavadas pelo tempo foram cuspidas na cara.
Pranto, pranto e mais abraços. Depois, somente o fogo.
Arrancou-lhe a saia, desabotoou a camisa, mordeu, beliscou, examinou e, de joelhos, abraçou as pernas dela  lançando um olhar comprido e pedinte, quase como os dos devotos em fila de procissão. Esqueceu do passado em segundos, o tempo era o Agora: abocanhou, lambeu e chupou-lhe os quatro lábios. Levantou, abraçou pela derradeira vez, acariciou o lado da face ainda quente pelo tapa e abriu-lhe as pernas com veracidade acomodando a cabeça nas coxas para ali, despetalá-la de fora para dentro em ritmo descompassado.
Respirou, suspirou e se contorceu inteira. Ele seguiu soprando e encostando a  língua bruscamente e afastando de uma outra maneira mais lenta e repetindo tudo e acabando com tudo e reconstruindo tudo. Tudo, tudo, tudo.
Lambeu e lambeu reverenciando o desabrochar e com tal intimidade como se sua língua e o clítoris fizessem parte do mesmo tecido. Subiu e beijou-lhe a boca, abocanhou suavemente os seios, brincou nos ouvidos, no umbigo e com as mechas do cabelo.
Ela viu e vislumbrou o peito. Deitou sobre os pelos. Lambeu os lábios e os olhos. Esfregou os mamilos e as partes quentes na barriga dele. Mordiscou ali e lá. Mordeu mais, apertou mais e umedeceu o falo sem nada falar. Devorou-o!
Pôs-se  roxo e teso por completo acendendo e apagando... Vagalumeando-ando, ando. Chupou e chupou. Das veias, quase escorria mel. Deslizou, empurrou e prendeu no céu da boca. Engasgou, mas respirou fundo para aquele beijo suave-sem-fim. E porque palavra não descreve, a gente geme. E ele gemeu baixinho, quase de dor, quase de prazer e avançou sem pudores. Parecendo bicho, parecendo brisa, parecendo SP apressada. Tirou, apertou o olho, esmurrou o colchão e sugou os lábios dela pela milésima vez.
Em silencio, ela o-comeu. Cavalgou. O corpo dançou ondulado, mais ainda que os cabelos. As mãos cravadas na cintura estimulavam o movimento. O mais profundo. As certezas estavam todas ali, conectadas em movimentos e palavras mudas. O corpo de pé e nu, pendeu suave nas costas feminina e as mãos de macho se encheram de ancas. Ele meteu, ela cerrou os olhos e  músculos internos. Brincou, olhou e sussurrou. Comeu! Sorriram! Abraçaram-se em concha levando as mãos nos seios num delírio gostoso. O falo aceso roçou as nádegas dela e se projetou como raio rasgando o céu vermelho. Quadril e tronco dançaram freneticamente, os lábios ficaram presos entre os dentes, o saco vibrou vigoroso entre as coxas e, juntos, sucos exalaram.
Amores escorreram entre pernas e lençóis.
Corpos deitaram em meia-lua, trémulos ainda.
Sem culpas e configurações. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pingos


Vão escorrendo pelo vidro da janela
Caindo sem textura pelo chão
Levando poeira
Lavando pensamentos insanos na escuridão
Pingos
Invadindo as frestas das portas
Encharcando fronhas, ninhos e
Minhas miúdas raízes mortas
Pingos
Molhando as roupas do varal
Formando poças
Go

ti

cu

lando no teto sobre as folhagens do quintal

e

em meu rosto, entoando esse acorde perfeito.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Meu caso com o teclado

Boca cala, mãos falam.






terça-feira, 27 de março de 2012

Apenas um lance do jogo

(Texto que escrevi por sugestão de duas amigas, uma hetero e a outra homossexual. Nunca rolou nada entre elas, mas apareceu uma foto... Nela, as duas estavam com os rostos próximos, quase beijo. daí me desafiaram a descrever como seria uma relação entre as duas. Topei a parada e o texto é esse aí...)

Apenas um lance do jogo

Jogo de meninas. Entrei pelo meio, fui chamado de fuleiro e rolou desafio. Melhor, provocação: como eu descreveria uma trepada gostosa delas. Tudo por causa da foto. Bitoquinha de gatinhas, olhares fixos, rostos de perfil, um certo clima... Que eu fiz de conta que saquei, mas a gente nunca saca de verdade, porque quando se entra no infinito particular feminino, o babado é forte. Aceitei o desafio, mas preservarei os nomes... Vou chamá-las de Luz e Céu.


A Luz, conheci no escuro. Só dava pra ver os dois olhos, imensos, e a claridade do sorriso, que, entre franco e dissimulado, abateu a presa. Do Céu, conheço poucas letras, frases estudadas e os olhos molhados. Das duas, só imaginação: a convivência nos corredores e banheiros da faculdade; o roçar dos braços em seios; o olhar voluptuoso para as curvas sinuosas, bocas entreabertas, ângulos de decotes. E o desejo, que não arrisco satisfeito, mas que, se não, foi por pura maldade.

A foto do beijo me sugeriu a idéia de unidade. De tempo, espaço e ação, trazendo a unidade também para a forma, céu de letras, luz de letras, paixão por narrativas. Peço emprestado o conceito à velha biba grega*: Unidade de espaço: o quarto, a cama, lençóis e almofadas em cores quentes que variam do vinho (muitos tons acima do vermelho) ao violeta meio azulado. Cortinas e quadros. Quadros de mulheres, pinturas renascentistas, mulheres brancas e roliças, seios volumosos, quadris largos, exageros almodovarianos. Cortinas barrocas, com franjas. E a cama.

Unidade de tempo. Que não passa. Tempo em suspensão, o instante perpetuado na imobilidade do mundo, enquanto no quarto o movimento rola solto. Um tempo que não pode ser medido em minutos ou segundos, mas em calpas, a noção budista das várias eternidades, explicada por Borges. O tempo não passa, passam-se mãos sobre os cabelos enquanto os olhares se perdem no tempo. Passam-se línguas sobre a pele, e fita-se o tempo esperando secar a saliva. Pra que pressa? Vai fazer o que? Não é melhor que assistir a programas de TV ou a desmantê-los de casamentos?

Unidade de ação. Que começa no banho, com trilha dos nossos estranhos amores cantados por aquela velha senhora santamarense**. Não é uma banheira, é um jardim de delícias. Os movimentos suaves afastam tênues cortinas de espumas coloridas pelo reflexo da cor das peles. Há contato de corpos, abraços, pequenos toques, cuidados com reentrâncias. E o banho continua na cama. As preliminares precedem as preliminares? Beijos longos e oceânicos e experiências táteis. O sentimento masculino da ação é a sensação da falta. Mas como, se elas possuem outras opções de posse? Unidade na diversidade, as posições variam: encaixes pélvicos, a inversão dos corpos, mecanismos de compensação. Não falta nada.

Como eu sei de tudo isso se o jogo nem foi transmitido? Eu poderia estar lá, quem sabe. Apenas como observador, uma câmera na mão, mil idéias na cabeça, apenas vendo as meninas. Em meio a tantas dúvidas, uma certeza. Eu veria apenas um lance do jogo.


* Velha biba grega: Aristóteles, responsável pela teoria da unidade de tempo, espaço e ação, fundamental para o cinema e o teatro.

** Velha senhora santamarense: Caetano Veloso, claro...


[Chico Pinto]

segunda-feira, 26 de março de 2012

Hora do almoço!

e eu aqui comendo livro...



sábado, 24 de março de 2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

Arapuca ou Quando queremos nos expressar e nem palavra traduz


Ele aparecia sempre de manhãzinha e pousava macio-macio no arbusto molhado. Exibido que só ele, danava a cantar e ouriçar a penugem acobreada enquanto eu, da janela, coava o café.
O bicho cantava com uma boniteza espantosa e com ele, toda uma orquestra: besouros, gaivotas, sapos e grilos.
Era um papa-capim e eu o queria! Queria prendê-lo. Prender  para sempre aquele canto  fugaz em mim, tão exposto ao nunca-mais...
Um dia, decidi armar uma arapuca. Com muito cuidado, preparei a caixa. Talisca por talisca. Barbante bem apertado, o fecho da porta o máximo flexível ao ponto que qualquer trisquin e ele já estaria ali, preso, cantando à minha disposição. Para sempre.
Acordei no cochichar do dia, coloquei o grão dentro da arapuca e, ansiosa, corri pra perto da roseira. Voltei o olhar em direção das laranjeiras e lá vinha ele desfilando suave em plena neblina leitosa para me regalar aquele canto de mundos desconhecidos.
Deslizando pelo cardeal Norte, diminuiu a velocidade e quando já ia pousar, um vento soprou a arapuca e, de um só golpe, a fruta ele roubou.
Tadinha de mim! Sonhei possuí-lo e ele voou.
O papa-capim fugiu levando o doce da fruta.
Igualzinho a Palavra.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Meu primeiro Haikai


                                                                 Junho começa
                                                                 lembranças daí voam
                                                                 pousa passado!



quarta-feira, 21 de março de 2012

domingo doce



Acordei com Chico (nome do novo CD de Buarque), um lírio no copo d'agua, um bilhetinho que sussurrava coisinhas e um verso da faixa 3 na mesa de cabeceira.
Duvido que alguma abelha tenha provado algo mais doce.


sábado, 17 de março de 2012

Sobre o tempo e umas coisinhas


Conversa entre mãe e filha  by webcam:

- Estou chateada, Lu. Ganhei 3 quilos.
- Diminua a quantidade do que você anda comendo e corta a janta.
- Andei ansiosa, perdendo o controle e comendo muito doce. Você não come quando fica ansiosa, né?
- Não. Continuo com o meu peso de quando tinha 19 mas desde que cheguei aqui, notei o meu rosto mais arredondado, parece inchado, uma papa bem aqui, mainha, olha, vê? Como isso pode acontecer se estou com o mesmo peso de antes?
- deixa ver...


E começa examinar, olhando atenta pela janela do chat. Depois de um tempo, coloca a mão no queixo e manda a pérola:

- Ah, minha filha! Sinais da idade... é a idade chegando e respira fundo que isso é só o começo.

(Gargalhadas!)

Ai, mãe! Você sabe me fazer rir de verdade e me colocar pra cima mesmo quando tudo está, literalmente, caindo. Figura!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Luneta 2008 - A sede II


- Não gosto quando você bebe. Você fica agressiva.
- Não é agressividade. É... sei lá,  é sede. Se eu te contasse, não entenderia.
- Então bebe água.
- Não é de água.
- De água o quê?
- A sede.

(...)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Quando o feitiço vira contra o feiticeiro



Cheguei do trampo outro dia e Namorado pediu ajuda para subir no telhado.  Há alguns dias, descobrimos que temos um danado de esquilo entrando pela chaminé e fazendo morada no attic. O bicho faz muito barulho e já sabemos que eles podem destruir instalações elétricas como ratos. 
Nos indicaram colocar uma tal cayenne pepper (um tipo de pimenta) por onde ele está entrando. Eu só confio na malagueta. Sugeri fazermos uma mistura com vaselina, pasta de pimenta malagueta e essa tal cayenne para que o vento não atrapalhasse a operação. Desacreditado que essa seria uma boa opção, preferiu a primeira. "Tudo bem, boa sorte!"
Já no teto, compenetrado na operação 'vou fUder com esse esquilo', passou um vento e...  soprou pimenta em pó direto no olho dele. Desesperado e tentando se equilibrar para não cair do teto, apontou com uma das mãos o que não estávamos vendo anteriormente:
O danado do esquilo sentadinho, nos assistindo, "todo de boa" em uma parte do telhado. Foi difícil não rirmos também. Às vezes acontece... o feitiço vira mesmo contra o feiticeiro. O jeito é rir. 



sexta-feira, 2 de março de 2012

Como os ventos, mudamos.



Um dia desses perguntaram-me sobre minhas possíveis crenças religiosas, para onde o espírito vai quando o corpo morre e quais eram as certezas que eu tinha sobre a vida. Acho que a resposta para a primeira pergunta não foi bem quista. Respondi simplesmente que não sei. Assim, simples: "Não sei para onde o espírito vai e se vai para algum lugar,  não tenho como base de vida dogmas religiosos e hoje sinto-me mais feliz com minhas incertezas e questionamentos."  

Parece que não saber e/ou não responder uma pergunta de acordo com as quais as pessoas querem e esperam ouvir causa muito desconforto e, por vezes, ira. Que pena! Eu vou continuar causando porque sou ateia e enquanto as respostas dadas por dogmas religiosos ou qualquer veiculo de debate sobre tais assuntos não fizerem sentido para mim, continuarei  aberta à novos questionamentos sobretudo à novos modos de ver e entender a vida. 
Já sobre certezas, mesmo sendo elas muitas vezes traidoras, eu me arrisquei em uma somente: "Mudanças. Talvez uma das únicas certezas da vida"  Respondi.

A cada instante, temos ciclos lunares diferentes e com eles o movimento das águas; durante doze meses, temos novas estações da natureza trazendo com elas ventos, cores, cheiros e sabores diferentes. 
Mudamos de endereço, de namorado, do trajeto por onde sempre passávamos, de paladar, de corte de cabelo, país, opinião, humor, religião, atitude, os moveis de lugar, o jeito de olhar a vida. Mudamos o curso de nossa história e até nome de blogue. (:
Perdemos o interesse pelo trabalho porque descobrimos que aquilo que fazíamos não nos dava mais possibilidade de criar; pela esposa porque a relação já não satisfazia; por certas leituras porque não nos saciava mais o prazer e curiosidade, por alguns amigos porque  a essência da amizade se perdeu no caminho, por certos hábitos porque optamos viver de modo mais saudável. 


E assim as mudanças vão acontecendo. Às vezes por nossa própria escolha e outras nos chegam de surpresa, sem pedir lincença mesmo. Algumas grandes e fazendo  pouca diferença, outras vezes pequenas mas tomando dimensões gigantes em nossas vidas. Ora desagradáveis, ora nos enchendo de alegria, nos alavancando de um ponto. Com sensibilidade, podemos ver caminhos extraordinários e isso é possível se deixarmos as velhas amarras. 

Eu que sempre recebi bem a possibilidade de mudanças, que sempre tive o atrevimento d@s aventureir@s,  tenho passado por algumas e, sobre elas, tenho muito pensado, não somente porque estão mudando a mim mesma mas por tudo que tenho visto se transformar em grandes e pequenas proporções ao meu redor.
Vejo alguns olhares mais corajosos apesar dos muitos desafios; vejo esperanças renovadas; vejo também corazones partidos mas ainda firmes apesar das pancadas e do medo de recomeçar sozinhos; vejo falas duras mais flexíveis e pessoas mais dispostas a escutar sinceridades, o que não querem dizer 'verdades' mas merecem alguma reflexão. 

Se mudanças doem, incomodam, se agradam ou fazem feliz, se fazem um mundo de diferenças ou quase nada, eu ainda posso escolher crescer com elas e por isso deixo impresso meu sorriso franco e feliz.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quartinha boa!

                                                   
                                                          A bicharada agitada lá fora ....


                                                                  Chuvinha que acalma...


                                            Afternoon off e um dos meus desenhos favoritos on... ah!


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Essa mulher

(Dedicado a William Silveira Castro e Antonia Carlin)

Tinha dias que ela ia me ver. Não avisava, chegava como se caminhasse na ponta dos pés.
Me encontrava em qualquer canto da casa e, sem dizer uma palavra, me beijava.
Um daqueles que engole a alma da gente. Daqueles que diz sem nada dizer. Um beijo.
Me beijava atrás da porta, do armário e da estante de livros.
Dentro do banheiro, nos corredores vazios e nos elevadores.
Escondidinho, me beijava.

Às vezes ela telefonava  para perguntar sobre como foi o meu dia e outras para dizer como foi o dela.  Quando o assunto terminava, até o silêncio era bom. Sobrava o riso. 
Era uma otima ouvinte e oradora. Dona de uma fala que fazia pensar e escuta que confortava. Atenciosa e divertida, cuidadosa com ela e com quem estava ao redor. Dedicada em tudo que se voluntariava, até nas obrigações mais chatas. Autêntica e sedutora. Tudo junto. Toda ela.
Era ela.

De vez em quando me levava ao cinema. No caminho, parava para me beijar em frente ao cemitério. Fazia convite para almoçarmos juntos, preparava uma comida que eu nunca disse que adorava. Movia a TV da sala para o quarto somente para ver filmes com as pernas agarradas às minhas.
Cheia de tatos e manhas.

Tinha dias que me acordava para dizer que estava encantada e acho que nem sabia que quem de fato estava era eu.
A fome que sentia era parte do feitiço. Uma gulodice gostosa e sem pecados.
Essa mulher me comia na estrada, no banheiro feminino, no chão do ap, no sofá da sala, na cama e no carro. E ainda me chamava de 'doido'... veja! Ela me amava com a força do sentimento de quem externa toda tristeza e beleza do mundo. Um amor cheio e pulsante.
Inteiro.

Às vezes eu ficava bisbilhotando como ela dormia. Toda largada na cama, parecia que estava aprendendo voar. O corpo cheirava amêndoa doce e a  mão ficava quase sempre estendida sob o peito. Peito cheio de vida e de ideias criativas. Pleno de disposição e vontades.
Cheio de tudo!

Tinha dias... não, não! Todos os dias, ela vinha com uma graça. Uma piada, uma sacada do trecho de um livro, de um filme, de uma tirinha. Todo dia uma gargalhada provocada. Riamos juntos. Eu ficava com cara de bobo, pensando como alguém tão extrovertida cheirava tanto à timidez superada. Cheiro que a tornava ainda mais interessante.

De vez em quando me emprestava dinheiro, deixava bilhetinhos em alemão em meus livros, fazia versos, ensaiava  musica no violão, penteava meus cabelos com a ponta dos dedos, via peça de teatro sozinha, ficava chateada quando eu ria sozinho sem compartilhar a graça, entrava de surpresa no chuveiro, me amava e, de muitos jeitos, me mandava para o inferno.
Eu ia. Todo feliz.

Essa mulher que tanto eu seduzi, que tanto me seduziu, que tanto me quis e eu quis igualzinho.
Essa  mulher morta ainda vive em mim.
Como se fosse ontem.


domingo, 29 de janeiro de 2012

Entre mil micaretas, continuo careta.



Nesse descrito pela jornalista , eu não pulo e nem festejo. Fala de quem já tentou curti e fechar os olhos para os aspectos citados acima. Não, obrigada! Prefiro continuar a caretinha de sempre e com muito gosto.
Do carnaval, salvo somente alguns em alguns cantos escondidos do Brasil  onde  um discreto aglomerado consegue  apropriar-se  da riqueza do saber popular e expressar  arte e música de qualidade sem intenção de lucros, ibopes e disputas estúpidas. Esses sim, eu apoio, aplaudo e ainda pulo.


Organizando minha zona aqui

Luneta

- textos inspirados em um dos meus passatempos favoritos: observar o comportamento de pessoas em lugares corriqueiros. É também inspirado em minha vida e em conversas com amig@s e conhecid@s no cotidiano;
- reescrita de textos antigos;
- apropriar-me de minhas próprias impressões no momento e exercitar minha escrita, uma das minhas  formas preferidas de expressão.


Minha vida em imagens


- desafio;
-  prazer de  fotografar sem compromisso;
- tentativa de mostrar o meu cotidiano e o que vejo à minha volta através de imagens feitas por mim durante todo o ano de 2012. (enrascada pura!)


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Palhaço

A luz se acende no meio do picadeiro. Uma cortina se abre, e um palhaço salta em frente ao público. Nada faz. Fica ali parado como se se tratasse de um boneco de brinquedo. O silêncio do público é de expectativa. De onde virá a graça naquilo tudo? Mas hoje não haverá graça nenhuma, nem humor, nem estripulias, pois o palhaço quebrou. Todos os olhares concentrados nele e ele a olhar para o vazio, pensando no que fará a seguir. Talvez não faça nada, apenas dê um sorriso, falso, talvez diga buh! para fazer as crianças rirem assustadas, talvez mais um pulo e um adeus. Resolve por uma gargalhada. Todo mundo ri. Ele olha a todos calado, sério, tristíssimo palhaço, como naquele poema do poeta da antiga Desterro, Cruz e Souza. Novo silêncio e outra gargalhada, esta cômica, de acento hilariante. O público ri mais ainda e todos riem juntos, o palhaço que quebrou também. Mas o público quer novidades, quer imaginar coisas novas, porque imaginar sozinho não pode. O palhaço, calado, pensa. Uma criança ri sozinha tentando imitar os adultos. Quer ser aceita, como todos ali presentes, com exceção do palhaço. De repente um grito. O palhaço gritou. Gritou alto, um grito lancinante, de fera abatida, de monstro que se agita. O palhaço é vaiado, muitos se assustam, velhos, adultos, crianças. Mas ele continua no centro do picadeiro. O dono do circo sem compreender nada, nem as trapezistas, os equilibristas, os gospe-fogo e os malabares. Terá enlouquecido o palhacinho do circo? Terá cansado da vida de palhaço? Abruptamente dá um salto pra frente, e outro grito, ainda maior, como quem se aquece para a grande peça. O salto, um grito e outra gargalhada, a gargalhada mais triste já vista, carregada de deboche, de zombaria. Ninguém riu. Deu pena do palhaço, “olha”, alguém disse, “vejam, ele está com o coração partido”. O rosto cheio de lágrimas, o palhaço trepado nos limites do picadeiro encarava o público. A fantasia não lhe cabe naquele dia, talvez nunca mais lhe caiba. “É, sim, vejam, ele chora!” E, como que por contágio, repentinamente, as pessoas também começam a chorar, até mesmo os homens. Choram sem saber o que está havendo, o que vai acontecer. Choram por compartilharem a mesma fantasia, todos os dias, colocar e tirar a maquiagem, a roupa de palhaços, os sapatos compridos, os truques para fazer rir. Choram um choro que vai se avolumando, tornando-se caudaloso, como um rio de sofrimento e dificuldades. Choram as recordações, as saudades, as injustiças, a fome e o medo. Ele conseguiu o efeito. E o palhaço vai se despedindo num aceno, faz uma pirueta em pleno ar e, ainda limpando as lágrimas, houve os aplausos que não param, e volta ao picadeiro para um último grito, e todos gritam juntos, e o mundo se transforma, ao menos naquele momento, naquela noite. Toda a lógica do mundo quebrada, não pelo humor, mas pela dor. O palhaço é um sucesso, e é a primeira noite que não se lamenta por isso. Não sai feliz, nem triste, nem palhaço. Sai humano.


(Alexandre Magno da Silva)

D@s talentos@s com...



Holmes II

Algo de chocolate, café e mel. A imaginação gulosa deseja assim. 
No silêncio das palavras que não se diz, um colorido, uma festa e um indecifrável. 
Na alegria da chegada, o brilho moreno que afeta o olhar dissimulado. 
E ali, no fundo da alma, o segredo do doce que só na fantasia é. 
Mas o certo doutrina o segredo do sentir, mesmo quando escapa através dos olhos! Na alegria morna do esconderijo, brotam flores de encantamento. 
O pensamento travesso, que razão não domina,  teima em voar pra lá, 
para perto. E fica. Mas sabe do não pode! 
Esquece o amigo para almejar o outro, numa troca solitária de para sempre,
de um lado único como muro grande, do não-nunca-jamais... 
O extrato de tudo é o sorriso leve, o querer engraçado, com ares de passarinho ousado. Que chega perto e voa ao menor gesto. E  tudo jaz e brilha  na caixinha dos segredos dela.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Nas carreiras

Jim faz aniversário no mês de dezembro e desde de agosto, eu  planejava  fazer uma festinha para ele. Uma coisa assim, intima, entre amigos e familiares, nada muito elaborado: petiscar coisinhas, tomar um vinho, uma cerveja, ouvir musica e rir muito. Simples e alegre, como ele. 

Esse ano,  ele passou todos os feriados de dezembro em casa. Sabendo disso e, que eu também estaria de folga do trabalho e da escola nesse período,  ele propôs viajarmos para San Antonio, uma cidadezinha aqui nas redondezas. Como nos divertimos muito sempre que vamos, achei que poderia adiar a festinha dele para o próximo ano. Trato feito! 


Um dia antes do aniversário, já estávamos com os paninhos de bunda arrumados e muita musica legal para ouvir na estrada. Daiii...  um telefonema mudou tudo. Surpresas boas são sempre bem vindas. Então tudo bem viajarmos um outro dia  já que estaríamos duas semanas em casa. E junto com a surpresa boa uma proposta indecente de minha sogra: "Já que vocês não vão viajar, que tal fazermos aquela surpresa que você pensou em preparar para ele?"


Mas como assim fazer uma festinha no último minuto? E os meus quitutes, confetes,  piñatas e balangandãs?
Nem preciso dizer que aqui nos EUA,  é de lei muitas festinhas cederem ao 'compre tudo pronto'. Se eu tenho algo contra? Nadica de nada. Ao contrário. Mas para esse momento, eu idealizei algo diferente do que costumo ver por aqui, algo  muito parecido ao que nós, brasileiros, ainda fazemos.


Eu queria dedicar meu tempo preparando coisas, por mais simples que fosse a minha proposta. Queria escolher as musicas favoritas, os petiscos, as bebidas, tudo. Com cuidado, com carinho, sem pressa para que tudo fosse curtido, inclusive por mim.
Dai que misturamos as duas ideias. Compramos umas coisas prontas e eu coloquei a mão na massa em outras. La fui eu picar mula para o mercado, improvisar tudo que eu tinha pensado e resumir tudo em uma madrugada.

Mas e cadê o pigmento para o moranguinho? Ah, não tem drama! Se eu colocar um pouquinho de pó artificial vermelho para suco, deve funcionar igualzinho. E o chocolate granulado para o brigadeiro? Corre aqui, corre acula, não acha. Ah, se eu decorar com esse trequinho azul vai ficar ate engraçadinho. E assim fui improvisando tudo.
La pelas tantas, ainda estava fazendo coxinha, esfiha, beijinho (vermelho) - eu falei pra todo mundo que  era red kiss e foi sucesso, haha - spring rolls, delícia de abacaxi, bobó de camarão no chips, brigadeiro e isso e aquilo quando...

fui interrompida : "Porque você esta fazendo tudo isso? É tarde, vem dormir." Com a cara mais cínica do mundo: "Eu não sei, de repente podemos receber algum amigo ou  famíliar, e' bom ter docinhos, essas coisas na geladeira, todo mundo gosta." Com uma cara não muito crente e ainda mais cínica que a minha: "Humm, eu sei." 
Nessa hora, senti a tristeza de Cebolinha ao ver seu plano infalível arruinado por Sansão e pensei: "Porra, estlaguei tudo, ele esta desconfiado agora." Assim mesmo continuei. Enrola o salgadinho, coloca no forno, enrola os docinhos, arruma nos copinhos de papel, faz a calda de abacaxi, mexe o bobó... 


Uma das caracteristicas que eu mais aprecio em Jim  é a de ele não ter perdido a capacidade de se encantar com o trivial, de não ter abandonado o pedaço lúdico. Aprecio a  espontaneidade como ele se comunica brincando,  como experimenta o que gosta com plenitude, se entregando sem preocupações com rótulos e estigmas.  Se ele quer pular, pula, se quer brincar, brinca, se quer gargalhar, gargalha. Sem controles remotos. E por ele não ter perdido essa criança, essa coisa bonita...


eu gostaria de ter preparado algo que representasse isso com muitos confetes, pirulitos, algodão doce, trampolim, tudo com a energia dele. Mas acho que ele deu boas gargalhadas  com as plaquinhas no palito de churrasco estampadas com os simbolos do time que ele curte e com a inicial do nome dele, os pratos de papel com as figuras do Darth Vadar, Yoda e toda cia do Star Wars, a metade da coleção  de brinquedos  arrumados em cima da lareira, os balões soprados na agonia dentro do banheiro e tudo mais que fizemos para a alegria do dia.

Eu gostaria que todos os amigos de Jim estivessem presentes. São poucos os que vivem aqui no Texas e por conta de termos decidido festejar no ultimo minuto, não houve tempo de convidar a todos, alguns estavam viajando, outros trabalhando mas os que vieram, fizeram a festa com a gente até as 2:00 da madruga. 
Se eu não tivesse ouvido a sogra, que tão alegremente saiu comigo para comprar a torta e  outros trequinhos, eu teria adiado a festinha dele. Coisa boa ter o amor de duas mulheres. rs


E todo mundo comeu, e todo mundo bebeu, e todo mundo papeou, cantou e brincou na festinha simples e cheia de bons sentimentos. Sentimentos maiores que a festa, com certeza. 


                Desejo que James continue sorrindo muito. Todos os dias.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ela disse que não sabe amar


"A morena dos olhos infinitos
Que na penumbra se fazem luz
Entre risos, xingos, muita treita
E uma voz bonita que tanto seduz
Me falou da verdade – descoberta
Revelada em meio a tanta letra
Que confunde a sua cabeça aberta
Falou como se fosse coisa normal
Como se a vida fosse coisa certa
E a existência, manchete de jornal"