sexta-feira, 11 de março de 2022

Políticos de Estimação

 Precisamos reavaliar o que nos norteia como indivíduos em sociedade. Estamos defendendo ideias ou pessoas? 
Precisamos deixar de ter políticos de estimação. Não é o governo federal quem vai resolver nossos problemas, não é o Senado e nem a Câmara e nem o sindicato ou prefeitos. 
A luta é nossa e ela é diária. Essa luta começa em cada ação, naquilo que fazemos ou deixamos de fazer. A luta começa nas palavras que proferimos. Começa com a gente arrumando a nossa bagunça em casa antes de querer organizar o mundo como bem disse Jordan Peterson em seu livro “12 Regras para a Vida. Um Antídoto para o Caos.” Começa em como você pode ser útil em sua comunidade. Mas não vale reconhecer, é preciso fazer. 

É preciso reclamar menos, apontar menos para o outro e acionar suas melhores habilidades para melhorar algo numa escala menor aí onde você mora. 
Doe 30 minutos extras em seu trabalho, reúna seus vizinhos para uma discussão sobre coisas que não estão bem em seu bairro ou na escola de seu filho. Seja mais solidária com os seus. Ninguém consegue ser genuinamente solidário lá fora se não consegue ser consigo e com as pessoas que o rodeia. 
Se chegamos até aqui e não entendemos ainda que o governo somos nós e que nossos políticos apenas nos representam, não aprendemos nada. Absolutamente nada!

Recuso-me a participar de debates frívolos e mesquinhos de gente que se intitula intelectualizada e que vejo, nas ações, vivem em suas bolhas gritando por uma democracia cuja régua alcança somente o que lhes convém. Recuso-me  fazer parte de picuinhas vazias de ideias e cheinhas de adjetivos depreciativos onde, grande parte de quem os profere, sequer conhece a história do que acusam quem dirá o significado do que estão falando, pior, repetindo. 

Não é sobre políticos, é sobre ideias. É sobre nossa ética, sobre o que realmente norteia nossa moral e valores. É sobre sermos mais honestos com nós mesmos, sobre sermos menos vaidosos e admitirmos o nosso cinismo. E aí, podemos começar a enxergar com nossos próprios olhos e não sob as lentes do alheio, quem realmente está interessado em representar as nossas ideias. 

É fácil atacar quem pensa diferente, mas raramente esses conseguem usar do seu tempo para fazer algo verdadeiramente produtivo. O começo é sempre dentro. A mudança começa sempre numa escala menor. 

Enquanto tivermos políticos de estimação, enquanto estivermos somente atacando ou somente defendendo pessoas ao invés de estarmos colocando nossas ideias em prática como prioridade, enquanto estivermos olhando o diferente como se tudo soubéssemos sobre ele,  seremos nós os adestrados, seremos nós os governados ao invés de governantes.






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